Por Josana Caversan
“Na casa da vovó, tudo é bonito
A vovó faz para mim brigadeiro e pirulito”
(Cristina Mel)
É verdade que os avós ajudam a reviver as memórias da família e as transmitem por gerações, além de oferecerem um suporte e tanto para os pais nos cuidados das crianças. Mas, em algumas famílias, esse contato constante deve ser um ponto de atenção! Muitos conflitos ocorrem devido à falta de limites nas relações entre netos e avós, principalmente quando a criança passa grande parte do seu tempo sob cuidado deles.
Quando tal cuidado se faz necessário, o diálogo passa a ter uma importância fundamental. As regras precisam ser minimamente acordadas para que a criança não se sinta confusa ou os pais desautorizados.
Não há problemas se ocasionalmente as regras são diferentes na casa dos avós. É até importante para a criança perceber que em cada espaço existem regras diferentes.
O problema acontece justamente quando não é ensinado à criança a fazer essa diferenciação e o desrespeito acontece, por exemplo: “não vou tirar o prato da mesa porque na casa da vovó eu não tiro”. Neste momento, é importante que os pais sejam firmes e mantenham a própria regra, sinalizando que “na casa da vovó é diferente da nossa casa”.
Geralmente na casa dos avós a criança “pode tudo” e nada mais justo que, dentro de alguns limites, deixar os avós viverem os momentos prazerosos da vida junto com o neto. Não dá para transferir a responsabilidade de educar o filho para os avós, mesmo que eles fiquem mais tempo com a criança. Cabe aos pais esta tarefa. E se por algum motivo, entre pais e avós, as discordâncias sobre como educar a criança, forem muito grandes, os pais devem buscar alternativa para deixar o filho enquanto se ausentam. Lembrando que é um direito dos netos e avós manterem contato, exceto em situações de risco.
O mais importante é sempre refletir sobre o que é melhor para a criança e buscar o respeito entre todos os envolvidos, entendendo que existirão diferenças culturais, religiosas e geracionais, que inclusive contribuirão para o desenvolvimento da criança, que aprenderá a conviver, desde cedo, com diferentes tipos de pessoas.