Por Josana Caversan
O período de Alfabetização é muito importante para o desenvolvimento pleno das crianças e existem várias formas de ajudá-las neste processo, inclusive em casa.
Para tanto, primeiramente é necessário expor o que se entende por alfabetização. A Política Nacional de Alfabetização, com base na ciência cognitiva da leitura, define alfabetização como o ensino das habilidades de leitura e de escrita em um sistema alfabético e sistema alfabético é aquele que representa com os caracteres do alfabeto (letras) os sons da fala.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), são oito as capacidades e habilidades que a criança deve desenvolver ao longo do processo de alfabetização:
– Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação);
– Dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script);
– Conhecer o alfabeto;
– Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita;
– Dominar as relações entre grafemas e fonemas;
– Saber decodificar palavras e textos escritos;
– Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras;
– Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura.
Apesar de não existir uma determinação acerca do método de alfabetização que deve ser utilizado pelas escolas, na literatura destaca-se o método fônico, que, para Sebra (2011), apresenta dois objetivos principais: desenvolver as habilidades metafonológicas e ensinar as correspondências grafofonêmicas, ou seja, distinguir a relação entre sons e letras, e incentivar desenvolvimento da consciência fonológica, ou seja, manipular e refletir sobre os sons da fala.
Segundo Delfior (1998), em sentido amplo, a consciência fonológica é a “habilidade para identificar, segmentar e manipular, de forma intencional, as unidades constituintes da linguagem oral”.
Sobre a importância da alfabetização, a BNCC diz que “aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia suas possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protagonismo na vida social”.
Sendo assim, além da escola, é fundamental o envolvimento dos responsáveis pela criança neste processo. Seguem algumas formas de ajudar na alfabetização da criança em casa:
– Usar cartões com as letras do alfabeto, mostrar um cartão por vez, pedir que a criança fale qual é a letra e emita o som da letra. Iniciar pelas vogais e depois as consoantes. Deixar claro para a criança que muitas vezes o nome da letra não é a mesma coisa que o som da letra;
– Depois que a criança compreender bem cada letra, mostrar pares de letras que representam um só som;
– Para ajudar na associação da letra com determinado som é interessante pedir que ela organize cartões que tenham figurinhas de acordo com o som inicial de cada palavra;
– Depois do reconhecimento dos sons iniciais, passe para os sons finais das palavras. Pergunte qual o último som que a criança escuta em determinadas palavras;
– Pedir que a criança organize os cartões de acordo com combinações entre vogais que formem um só som;
– Dizer palavras simples para a criança, com duas a quatro letras e pedir que a criança repita cada som. Exemplo: Gato – Som: /g, /a, /t, /o/. Pedir que a criança coloque os cartões com as letras na ordem da palavra;
– Trocar letras das palavras mostrando que uma letra muda a palavra. Aumentar a complexidade da troca de letras conforme a criança for se desenvolvendo;
– Ler para a criança livros que apoiem o método fônico, a partir do que foi ensinado para a criança. Ler com clareza, diferenciando os sons e apontando para a palavra que está sendo lida;
Vale ressaltar que, é necessário começar a alfabetização por atividades mais simples e conforme o desempenho da criança substitui-las por outras de grau mais elevado de dificuldade.
Quando o assunto é estimular a alfabetização em casa é importante que os pais não pressionem os filhos, mas sempre incentivem de maneira lúdica e divertida.
E você? Como tem estimulado o processo de alfabetização do seu filho?
